segunda-feira, 29 de abril de 2013

IPATINGA COMPLETA 49 ANOS

SENHORA CIDADE





Ipatinga
uma senhora cidade!
Esplendorosa,
ainda sedutora
em outono pleno.
Dizem que é cidade ilusão.
Senhora severa no convívio diário.
O trabalho é vocação
dia e noite,
incessante labor,
incansável trabalhador!
Ipatinga moderna, progressista,
abraça quem vem
e embarca nas asas do futuro.
Ainda passa por aqui
o velho trem,
atravessa os verdes montes
rumo ao litoral capixaba.
Quem chega
tem morada permanente
a gusa do aço prende!
Como os filhos natos,
bem cedo aprende
a chorar seus dilemas,
curar suas mazelas,
vencer seus desafios
e amar eternamente
Ipatinga,
uma senhora cidade!

29/04/1964 - 29/04/2013.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

IDEAR

CONSTATAÇÃO ANACRÔNICA





     Vinte minutos são suficientes para percorrer o centro de Ipatinga, em rotineira ebulição. Observo que há apenas um supermercado e muitas, muitas farmácias e drogarias. Acontece o mesmo em meu bairro e em outros bairros da cidade. Constatação anacrônica: O povo está tomando mais remédio, do que comendo. Dirão que as farmácias vendem cosméticos, produtos de higiene pessoal e não apenas remédios. Os supermercados também, além de venderem vestuários e roupas de cama. Se houvesse nas cidades mais cinemas, teatros, parques, sorveterias, clubes esportivos, bibliotecas e espaços de lazer, o número de farmácias diminuiria significativamente. É salutar trabalhar para viver e não viver para trabalhar. O povo quase não se diverte, come razoavelmente e toma muito remédio: eis o círculo vicioso contemporâneo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

POEMINHA


ALÍCIA



Alícia nasce...!

Enquanto o mundo
berra e golfa
as suas malícias.
Engatinha e faz birra
pelas grandes conquistas.

Alícia nasce...!
Vem fazer cócegas
nos sisudos dias.
Tirar-nos o medo
do futuro escuro.

Alícia chega...
Abraça a vida.
As mãozinhas frágeis
acariciam a alegria.
O balbuciar inocente
acalenta o mundo
e ensina as delícias
das coisas pequenas.

  Dora Oliveira - 05/02/2013.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FECHANDO O ANO

CONQUISTAS LITERÁRIAS EM 2012:

 


*1º lugar, no II concurso de contos de Lins/SP – Antologia a ser publicada;

*1º lugar e menção honrosa, no 16º concurso de contos Mansuetto Bernardi – Veranópolis/RS – Publicação em antologia;

*Menção honrosa, no II concurso de contos de Uberaba/MG – Publicação em antologia;

*Conto selecionado, no concurso “Maricá em prosa e verso”, Maricá/RJ – Antologia a ser lançada.

Bem, poderia ter sido melhor. Entretanto, ficou do tamanho do meu empenho. Em 2013, serei mais determinada e disciplinada. Amém!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

CONTO


DOS NOSSOS CATACLISMOS





“A profecia de 2012”, “Previsões dos Maias”. A banca de jornal estampa manchetes sensacionalistas, sobre o fim do mundo. Procuro uma revista tradicional, uma das poucas publicações impressas que ainda leio. Atualmente, quase o mundo inteiro busca informação na internet. Sinais dos tempos, diriam os antepassados. Quando eu era criança, o fim do mundo acontecia nas tardes de vendaval, trovões e relâmpagos tenebrosos. O clarão na casa fechada e a chuva torrencial lá fora. Minha avó assombrada, ralhava para guardarmos talheres, tesouras e joias que atraíam raios. “Parece que o mundo vai arrasar!” Castigo de um Deus rabugento, que ficava lá no céu, administrando o povo temente. Depois o tempo mudava de humor. O firmamento oferecia o espetáculo do arco-íris. Só não podia passar debaixo, “para não virar menino...”

Minha mãe e minhas tias vislumbravam os sinais do fim dos tempos, através dos escândalos familiares. Uma moça que aparecia grávida, um padre que deixava a batina para se casar, um rapaz com trejeitos diferentes. “Esse mundo está para acabar mesmo”. Coisas insólitas, que desgostavam Deus.

Tinha o apocalipse bíblico. Sobre esse, nem falavam com os pequenos. Murmuravam entre si, citavam São João evangelista. Era bom nem pensar. Coisa para o ano 2000, muito longe e intangível. Dava um friozinho no peito, como se encostasse um picolé, que derretia rapidamente, logo que a boneca Suzi chorava, pedindo carinho.

Deixo o calendário dos Maias dependurado na banca e ando pelas ruas, levando as incertezas e angústias de um mundo em seus derradeiros momentos. Deparo-me com muitas placas anunciando os serviços de tarólogos, cartomantes, astrólogos, gurus...

O ser humano sempre procurou o fim do mundo. O “abominável da desolação”, de Jesus Cristo. As profecias das Pitonisas de Delphi, da Grécia antiga e do livro chinês I Ching. Sempre o buscou fora de si, nas previsões indígenas, egípcias, celtas, científicas... Quiçá, o desejou intimamente, medonhamente.

O fatídico cometa Halley anunciou o cataclismo, em várias passagens pela suscetível terra. Entretanto, esteve por aqui em 1986, sem lesar nenhuma cabeça. Tijolos caíram em alguns transeuntes incautos, por descuido dos pedreiros, que trabalhavam nas construções.

Passo em frente a muitas igrejas, empanturradas de fiéis. Muitos se preparam para ser trigo e não joio, quando o soar das trombetas proclamar o juízo final, em dezembro vindouro. Creio que a maioria roga a Deus, pelos seus dilemas pessoais, pelas aflições palpáveis e cotidianas. O ser humano e o fim do mundo de si mesmo, não o acabar universal.

A hecatombe não vem do céu, para o traído, o endividado, o drogado, o idoso renegado pela família...

Para aquele que comete um delito, a condenação é o fim do mundo. Aquele que morre no coração de alguém sente a agonia do fim, do seu próprio mundo. Para o trabalhador demitido, o vestibulando que não encontra o nome na lista de aprovados, o doente terminal, aquele que perde a esperança, em um entrave qualquer da vida... É o fim do mundo dentro de si mesmo. Depois, renascem, como o arco-íris da infância. Todos nós temos os fins e os recomeços íntimos e diários.

Entro no bar de copo sujo e filosofia pura, que costumo frequentar. Suscito o tema da aniquilação da raça humana, em 21 de dezembro próximo. Encontro Nostradamus, que procura me convencer da veracidade das profecias, com cálculos matemáticos complexos. Discorda do garçom, que lhe mostra as notas de consumo de semanas, refazendo as contas várias vezes. O catador de lixo reciclável, alerta com voz grave, que da outra vez, foi com água e desta feita, será com fogo. Carrega nas costas, uma sacola de plástico grosso e inflamável, cheia de latas vazias. Um ufólogo cita a civilização asteca, formada por extraterrestres. Afirma que chegarão próximo do natal e provocarão o colapso da civilização. O hippie remanescente dos anos 70, replica que entramos na era de Aquarius. Viveremos tempos de amor e paz. Com a proximidade do sol, teremos mais energia. Acabará a mentira e poderemos ver a aura das pessoas. Têm os rapazes que saíram do trabalho e bebem cerveja, interessados nas moças da mesa ao lado, que estão em contagem regressiva. Faltam duas horas para o show do Skank e não dez dias para o final dos tempos.

Deixo o bar, desconfiada de que ninguém mais quer se aprofundar no fim do poço do mundo. Melhor é o fim do expediente, da tarde e desse papo de maluco. A mistura de incerteza e cerveja me entorpece. Será que acabará mesmo? Se soubéssemos, o futuro seria uma pluma ao vento e não esse peso que curva os nossos ombros.

O rico distribuiria o seu dinheiro, não haveria tempo para gastá-lo sozinho. Será?

O assalariado que economizou durante anos, para comprar a casa própria, iria viajar com o dinheiro, conhecer o mundo, antes que...

Ah, se tivéssemos certeza!

Viveríamos cada dia, intensamente e prazerosamente! Talvez, choraríamos e sofreríamos antecipadamente as perdas, apegados que somos aos ipads, iphones e afins.

Os apaixonados declarar-se-iam aos seus amados.

Se estivéssemos mesmo nos tempos do fim...

Muitos pediriam perdão aos seus desafetos. Alguns perdoariam.

Os meliantes deixariam de furtar. Haveria uma catarse generalizada. Todos tentando escapar do caldeirão fervente do capeta.

Talvez, não. Talvez a inconsciência coletiva guiasse os mortais, às vésperas da catástrofe.

Se pudéssemos decifrar os sinais do fim...

Os operários cruzariam os braços. Para que reformar Maracanã, Mineirão, construir estádio de futebol em São Paulo? Não haveria Copa do Mundo em 2014! Isso seria o fim prematuro, para milhões de brasileiros em ação e na expectativa.

Por que teríamos que fazer algo, enquanto aguardássemos o enigmático vinte e um de dezembro de dois mil e doze? Poderíamos ficar quietinhos no canto, passarmos a pão e água, nos penitenciando, meditando...

Ah, incerteza atroz! Parece que aflige somente a mim. Não vejo dúvidas nos semblantes de ninguém nas ruas. Os motoristas franzem as testas, impacientes com o trânsito lento. Querem chegar logo e se divertir bastante! Estão convictos de que viverão eternamente, pelo tanto que correm, trabalham e pelas coisas que acumulam. Quem sabe, acreditam que só eles restarão, para usufruir do litoral tropical? Ninguém passa pela tormenta dos últimos dias. Marcam no calendário, os feriados que terão, até o final do ano.

Será que vai se acabar mesmo? Prossigo, divagando. No tráfego embrutecido das dezoito horas, duas motocicletas se chocam e um dos condutores morre instantaneamente, no asfalto. Tenho certeza, de que pelo menos para ele, este mundo acabou-se.





domingo, 8 de abril de 2012

POEMA EM ANTOLOGIA

O TEMPO ALGOZ BENEVOLENTE

 


Se tens todo o tempo do mundo
basta um segundo
e choras o tempo perdido.
A mão do tempo
oferece e tira.
Açoita e afaga.
Enxuga a face,
serena a alma,
desfaz e tece.
As pernas do tempo
correm para frente,
jamais retrocedem.
Inexistente, o tempo
é invenção algoz e benevolente.
Elo entre o antes e o depois.
Onipotente, o tempo
morde e assopra.
Mofa, enferruja,
enruga e olvida.
Oculta segredos
que teimam em aflorar extemporâneos.
Lento nas angustiantes horas
acelera nas asas da felicidade.
E haja pernas
para correr contra o tempo!
Se é algoz ou benevolente
o tempo passa indiferente.
Ponte entre a vida e a morte.


 1º lugar, no I Concurso da Academia Belojardinense de Letras. Belo Jardim/PE - 2011.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

II CONCURSO DE POESIA AUTORES S/A




   Participem, poetas e poetisas! É uma experiência enriquecedora. Os poemas serão julgados por escritores reconhecidos nacionalmente. O regulamento está remodelado e os organizadores mais experientes.

REGULAMENTO




II Concurso de Poesia Autores S/A

Realização: Blog Autores S/A (http://autoressa.blogspot.com)

Idealizador: Lohan Lage Pignone


1. DO OBJETIVO DO CONCURSO

Percebe-se um crescente número de poesias sendo divulgadas através de espaços virtuais, sobretudo em blogs. A má valorização e a descrença que se dá à poesia na sociedade têm gerado, nos últimos anos, um êxodo poético para o mundo virtual: espaços democráticos, sem pretensões lucrativas, que trazem do anonimato poetas de incontestável talento. Poetas que, por sua vez, não obtiveram boa receptividade (ou nenhuma) sob o aspecto mercadológico do material poético. Com base nesta prerrogativa, o blog Autores S/A tomou a iniciativa de estimular a produção de poemas, a formação e a divulgação de novos poetas. Nesta segunda edição do concurso, a expansão dos trabalhos dos poetas será ainda mais vasta comparada à edição do ano passado. O grande diferencial do Concurso de Poesia Autores S/A são as análises e ensinamentos deferidos por jurados – autores renomados e professores de alto gabarito – que se encarregam de direcionar os poetas, ensiná-los técnicas em prol de sua evolução na competição e, consequentemente, fora da competição. Tal característica não se observou, até então, em nenhum outro certame.


2. DAS INSCRIÇÕES

2.1 O período de inscrições se dará entre os dias 02 de abril de 2012 a 14 de maio de 2012.

2.2 Poderão se inscrever pessoas físicas, de qualquer idade, residentes legais em qualquer país, desde que o trabalho enviado tenha sido escrito em língua portuguesa (o que não impede, de forma alguma, o uso de termo estrangeiro no poema). O poema não precisa ser inédito na primeira fase de envio, sendo permitido o envio de poemas premiados em outros certames, bem como poemas publicados em blogs/sites e livros de autoria.

2.3 Não será cobrado qualquer tipo de taxa de inscrição.

2.4 Os participantes deverão, no período de 02 de abril de 2012 até 14 de maio de 2012, acessar o blog Autores S/A, cujo endereço é: http://autoressa.blogspot.com e preencher o formulário de inscrição que lá estará disponível, com os seguintes campos obrigatórios: nome e endereço completos, pseudônimo, telefone, data de nascimento, e-mail e, claro, o poema intitulado. O participante deverá ser seguidor (a) do blog Autores S/A (basta ir em Amigos S/A).

2.5 O pseudônimo disposto no item 2.4 não poderá conter qualquer semelhança com o nome real do participante.

2.6 O sistema de inscrição informará ao participante, via e-mail, se a inscrição foi ou não efetuada com sucesso. É de suma importância verificar a caixa de spam neste caso.

2.7 O poema deverá ter, obrigatoriamente, um título.

2.8 Os participantes serão excluídos automaticamente do concurso em caso de fraude comprovada ou de apresentação de poemas que não sejam de sua autoria, podendo ainda responder por crime de falsidade ideológica ou documental.

2.9 Os finalistas do ano passado, com exceção dos dois primeiros colocados (que não poderão se inscrever este ano), que queiram se inscrever novamente, por favor: enviem pseudônimos diferentes, bem como poemas diferentes.



3. DA BANCA DE JURADOS

3.1 O júri oficial será formado por pessoas reconhecidamente capacitadas em Literatura e/ou Artes e/ou Educação. Os convidados, para formarem o júri durante as etapas do concurso, serão autores (de renome ou não), ou pessoas de nível semelhante ao dos jurados oficiais.


4. DAS FASES DO CONCURSO

4.1 Haverá a pré-seleção dos poemas inscritos. A pré-seleção consistirá em duas fases: na primeira fase, serão classificados 30 poemas. Desses 30 poemas, uma nova seleção será realizada, com base em um novo desafio proposto para os 30 poetas.

4.2 Os poetas classificados serão devidamente informados, via e-mail, sobre todo e qualquer desafio que virá a ser proposto pela organização do concurso.

4.3 O término da segunda fase da pré-seleção se dará com a classificação de dez (10) poemas. Os dez poetas, respectivos, disputarão a fase final do concurso.



5. DA FASE FINAL DO CONCURSO

5.1 A fase final do concurso, disposta no item 4.3, será disputada em oito (08) etapas semanais.

5.2 Em cada etapa haverá uma temática estabelecida pela organização do concurso, a qual os poetas finalistas deverão obedecer no feitio de seus poemas.

5.3 As temáticas dispostas no item 5.2 serão encaminhadas para os poetas com cinco dias de antecedência em relação ao dia de postagem.

5.4 Todos os poemas da fase final deverão ser enviados para o e-mail do concurso (e-mail revelado somente para os classificados). Todos os poemas serão publicados no blog Autores S/A, de acordo com as etapas. As datas e horários/ prazos serão devidamente informados aos poetas finalistas na ocasião.

5.5 Os poemas da fase final deverão ser enviados em anexo ou no próprio corpo do e-mail do concurso, em fonte Times New Roman, tamanho 12. Não haverá limite de linhas/versos ou caracteres. Será permitido o envio de uma (01) imagem para ilustrar o poema (dado facultativo), exceto quando for determinado o contrário em alguma das etapas.

5.6 Os dez poetas finalistas disputarão as oito etapas em pontos corridos, ou seja, não haverá eliminação durante a fase final do concurso. O poeta que, ao término do certame tiver acumulado maior número de pontos, será consagrado o vencedor.

5.7 A pontuação, supracitada no item 5.6, será estabelecida da seguinte forma:

Os jurados empregarão suas notas de 9 a 10 (9,1 – 9,2 – 9,3 – 9,4, e assim até 10).

Abaixo, o padrão de pontuação que será estabelecido, dos poetas mais pontuados (soma de todos os jurados) até os menos pontuados na etapa:

1º - 12 pontos / 2º - 11 pontos / 3º - 10,5 pontos / 4º - 10 pontos / 5º - 9,5 pontos

6º - 9 pontos / 7º - 8,5 pontos / 8º - 8 pontos / 9º - 7,5 pontos / 10º - 7 pontos.

5.8 Haverá a participação popular durante o concurso, através de enquetes. Os poetas mais votados pelo público nas enquetes poderão receber apenas 1 ponto de bonificação nas etapas.

5.9 Não será permitido qualquer tipo de acordo entre os participantes durante a fase final do concurso. Tanto os prêmios quanto o título do concurso serão intransferíveis.



6. DA PREMIAÇÃO

6.1 A premiação do II Concurso de Poesia Autores S/A será distribuída da seguinte forma:

1º colocado: Uma quantia de 400,00 (quatrocentos reais) em dinheiro; 1 Troféu; 1 Assinatura, de seis meses, da revista Metáfora; 1 Caricatura (do poeta vencedor) e publicação de 3 poemas do concurso no site Mundo Mundano.
2º colocado: 1 aparelho de MP5 4GB; 1 Troféu; 1 Assinatura, de dois meses, da revista Metáfora e publicação de 2 poemas do concurso no site Mundo Mundano.
3º colocado: 1 aparelho de celular (Samsung); 1 Troféu; 1 Assinatura, de dois meses, da revista Metáfora e publicação de 1 poema do concurso no site Mundo Mundano.
4º colocado: 1 caderno Moleskine; 1 Assinatura, de dois meses, da revista Metáfora e 1 livro.
5º colocado: 1 Assinatura, de dois meses, da revista Metáfora e 1 livro.
6º colocado: 2 livros.

6.2 Haverá, ao término do concurso, uma postagem que irá celebrar e premiar os melhores poemas do concurso – abarcando os poemas de desde a segunda fase da pré-seleção. Será a premiação extra, que será dividida em categorias. São elas:
a) Melhor poema
b) Melhor título
c) Melhor verso
d) Melhor estrofe
e) Melhor criatividade
f) Melhor intertextualidade

6.3 O vencedor de cada categoria receberá um (01) livro como premiação e terá seu poema publicado no Portal Cronópios.

6.4 Durante o certame, serão sorteados prêmios entre os participantes.

6.5 Todos os prêmios serão devidamente enviados, por Correios, após o término do concurso.



7. DISPOSIÇÕES FINAIS

7.1 Durante todo o período do concurso, o espaço do blog Autores S/A ficará reservado unicamente para o recebimento de textos concernentes ao concurso de poesia.

7.2 Ao fazer a inscrição, o autor estará concordando com as regras do concurso, inclusive autorizando a publicação da obra no blog Autores S/A. O autor responderá por plágio, cópia indevida e demais crimes previstos na Lei dos Direitos Autorais.

7.3 Os participantes serão prontamente avisados sobre a classificação ou a não classificação para a fase seguinte logo ao término da pré-seleção.


Dúvidas? Entre em contato:
E-mails: poesiaautoressa@gmail.com ou lohanlp@yahoo.com.br

TOP 11 - O SERTÃO

Sertanizar



Os ombros curvados pela tristeza.
O cotidiano enfadonho
parece nos sugar.
É hora de sertanizar!

Pelo Rio Doce
na canoa de tronco do jatobá,
de carro, ultraleve,
nas asas da seriema,
no divagar... Chega-se lá.
E colhemos o lastro.

Os caminhos dessas sertanias
são feitos pelo andar.
As gentes dão passagem, dão bom dia!
Voltamos às raízes, colhemos a cortesia.

Os raios de sol incandescem
o cerrado dessas Minas
e campos Gerais,
amorenam a tez e douram
as penas do canário da terra.
Colhemos as luminescências.

Florescem no matagal as orquídeas,
as sempre-vivas, os lírios...
Semeados pelos anus, sanhaços e bem-te-vis,
que se regozijam na cantoria
dos curiós, sabiás e colibris.
Colhemos o vicejar e a alegria.

Mangas, pitangas,
goiabas, jabuticabas maduras...
caem na palma da mão,
em profusão,
ao menear dos galhos.
Colhemos a seiva e o cerne.

As sertanias agrestes afugentam
nossos receios... Velam nosso sono.
A boca fria da noite
tem hálito de hortelã.
Tem uma estrela para cada pedido.
E colhemos o equilíbrio.

Cosmopolitas refeitos,
é hora de regressar!
Ficam as sertanias
sempiternas...

     Fiquei por aqui na competição. Gosto muito desse poema, que ainda haverei de publicar em um livro solo, junto aos outros que esperam adormecidos nos arquivos do HD.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

TOP 13 - CRÔNICA SOCIAL

INDIGNAÇÃO




Erguem-se os braços indignados!

O pichador traça seus descaminhos
nas paredes alheias.
O catador separa os dejetos
sem reciclar o hoje em amanhã promissor.

Só indignação não move a nação.

As turbas não sabem
de sua força transbordante,
como sabem as águas.
E moldam-se aos calabouços dos mandatários.

Os indignados acéfalos marcham a esmo!

O cidadão cumpre horários, leis
e paga ônus tributários,
depositados em cofres íntimos
nas cuecas de malha.

A ferida de fígado bovino
da perna do mendigo cai,
quando corre atrás do menino
que lhe rouba a esmola.

A nação carece de ação.

As turbas não sabem
de seu poder de mobilização,
como sabem os vendavais.
E os mandatários erguem palácios.

A ciranda indignada dissipa-se de inanição!

O indignadinho acalenta
o único sonho na vitrine da padaria,
já que notebook e Playstation
não sobem o morro de sua casa.

As pedras que fuma
acertam em sua cabeça.
Os mandatários recolhem, fazem de escada
e ascendem ao plano mais alto.

Uma nação se edifica com indignação e ação.

As turbas não sabem
de sua capacidade de mutação,
como sabem as estações.
E os mandatários se perpetuam no poder.

Até esta indignada poesia!
Com os versos quebrados, prosaicos
e a lírica redundante,
ainda persiste no refrão:

Uma nação se edifica com indignação e ação!

TOP 15 - HAICAI

PRIMAVERA DOURADA



O girassol traz

a cor, o vigor e faz

setembro florir.

MEU BLOG DE CARA NOVA

     Estive em off por algus meses. Remodelando o blog, os conceitos, as palavras, as ideias e a poesia. Acrescentei um link para o blog de concursos literários, muito bem organizado pelos companheiros das letras da comunidade Concursos literários do Orkut. Confiram os concursos entrando no link da lateral.
     Estou postando os poemas que participaram do concurso AUTORES S/A, com os respectivos temas.

RESSONÂNCIAS DO TEMPO


Tema: O velho e o tempo




O tempo...
Um trem...
Tempos de menino...
O trem que vem
Rasgando o cerrado,
Traz boas novas
Às cidades e vilas
Incrustadas nas serras de Minas.
Um trem...
O tempo...
O trem que passa
Traz o minério
E leva o aço.
Tempos de trabalho,
Progresso e mocidade...
O tempo...
Um trem...
O trem passa,
Traz o amor
Que o tempo leva.
O ir e vir encontram-se
Na estação e se entrelaçam
No coração dolente da maturidade.
Trens não andam para trás.
Tempos não voltam jamais.
Seguem
Em trilhos paralelos,
Por túneis desconhecidos
Rumo ao porvir.
Um trem...
O tempo...
São fragmentos de lembranças...
Cochilando na varanda,
O velho senhor escutou
O assovio de uma criança
Parecido com o apito de um trem.
Muito distante,
Quase inaudível...
E voltou ao passado.
Reminiscências...
Ressonâncias de um tempo...
Um trem...
Uma saudade...
Foram-se as Marias,
Dos vagões e das carícias.
Fumaça agora, só das fábricas.
Nada incide em sua vida,
Além de contemplar os verdes montes
Que os edifícios ainda não cobriram.
Lembranças do velho senhor...
Bibelô na cadeira de balanço
Esquecido pelos da casa.
Reminiscências...
Ressonâncias de um tempo...
Um trem...
Uma saudade...

domingo, 24 de julho de 2011

TOP 11 - O SERTÃO

O tema do Top 11 foi O SERTÃO. Considerei um tanto repetitivo e quis poetar um sertão acolhedor e refúgio para resgatar alegrias e valores. Não deu. Os júris não gostaram, alegaram que faltou poesia. Realmente, eu e a posia não conseguimos nos encontrar. A cada vez que nos olhávamos, ela mudava de calçada, zombateira, brincava comigo. Não cresci dentro da competição. Parece que pesava um pouco, ter que fazer um texto de qualidade toda semana. Depois que passou, vieram ideias novas para o tema, mas já era tarde. Senti ter saído, por perder a oportunidade de ter os meus poemas avaliados por profissionais gabaritados e aprender com as dicas. Nesse certame, eu primei sempre pela originalidade. Não fiz nenhum poema baseado em textos de poetas consagrados, embora os admire. Vi alguns poemas de concorrentes com pensamentos de outros poetas.  Seria inteessante ser um escritor do blog SUTORES S/A, ganhar a assinatura da revista literária e fazer poesia para ser avaliada.  Ficou por aqui, satisfeita pela oportunidade e pela atençao dos mediadores do blog.

O ponto marcante deste campo platônico foi o número de leitores que votaram. Bateu recorde os mais de 300 votos. A poetisa ANJO teve 130 votos, tive 127 e a Ivanúncia Lopes 121, que permanece na competição. Foi uma votação acirrada e  emocionante. Ora, empatávamos, era, eu me salvava e depois entrava na faixa de eliminação novamente. Agradeço a todos que me prestigiaram com seus votos. Fico por aqui, sem ressentimentos, poetando, vida afora...

domingo, 10 de julho de 2011

TOP 13 - TEMA: CRÍTICA SOCIAL



No top 13, o tema foi a crítica social Já explorei bastante esse tema. Minha obra literária quase toda é de crítica social, tanto contos, como poesia e principalmente, o meu romance. Os meus melhores poemas já foram publicados e os inéditos estávam aquém do certame. Ao término do poema, percebi que ficou panfletário e didático, como disseram os jurados e com razão. Não havia tempo para fazer outro. Não tem como deixar de ser panfletária. Vivo em uma região de siderúrgicas. Ainda tenho a liga das questões operárias, suas greves e reivindicações. O meu INDIGNAÇÃO ficou redundante, como os problemas sociais, que não mudam, só aumentam. Ficou parecido com o poema do participante O VELHO, de nome É HORA. Ele foi bem mais sintetizado e sucinto que eu. As mudanças só vêm com a ãtitude do voto. Usei a palavra ação, invés de atitude por ser mais sugestionável com nação e indignação. 
Nesta etapa, percebo que estou muito afastada da poesia. Tenho feito muitos contos e crônicas, obtido prêmios em concursos, mas me desligado da poesia. E poesia é magna. Quero continuar na competição para exercitar o fazer poesia. Penso, que li alguns livros que não eram tão importantes e ainda não li alguns imprescindíveis á minha formação. Desde criança leio muito, tudo que aparecia em minhas mãos. Nunca fui muito de selecionar livros. Não tive professores que se interessassem por mim e orientassem quais livros deveria ler. Sinto que há poetas clássicos que deveria ter lido. Ainda há tempo.
Lendo as críticas dos jurados, sobre alguns poemas abordarem bem o tema crítica social, mas serem pobres poeticamente (inclusive o meu), creio que muitas músicas consideradas lindas, de tema social, são bem panfletárias também. O Podres poderes, do Caetano, será que tem poesia? E QUE PAÍS É ESTE?, da Legião urbana? São grandes músicas, mas e a panfletagem? Agora entendo, porque muitos críticos não consideram os letristas de música  poetas. Há letras que ficam maravilhosas dentro da melodia, mas se lidas  no papel são bem didáticas.
 Mais uma etapa vencida. Vamos à próxima!

domingo, 3 de julho de 2011

I CONCURSO DE POESIA AUTORES S/A

TOP 15 - HAICAI



Passei a semana elaborando os hacais. Uma experiência interessante e até divertida. Um aprendizado. É bom conhecer novas formas, mesmo não sendo o nosso estilo. O concurso exigiu haicai tradicional japonês, 3 versos de 3-5-3 sílabas. Procurei usar palavras curtas,  poucas vogais átonas, já que não tenho muita experiência em métrica. Quanto mais eu elaborava, mais fugia do conceito de haicai, que é uma sensação, uma impressão, um olhar do olhar. Quanto mais simples, melhor. Segundo os jurados, a métrica do meu haicai ficou certa, mas faltou poesia. Continuo achando que a busca pela técnica empobrece a verve, a poesia. Pelo menos, é o que acontece comigo.
O maior aprendizado que tirei deste top, foi que devo procurar sintetizar em minhas poesias. Ter concisão e usar as palavras mais sugestivas e o menos palavras possíveis, para expressar muitas ideias, fazendo haicai ou outra forma de poema. Percebi, também, que nem tudo que Millôr Fernandes e Paulo Leminsk fazem é haicai. Eles fazem muito poeminhas de três versos, seria um haicai abrasileirado. Até estou gostando de fazer haicais. É um exercício mental, que pode prevenir muitas doenças cerebrais.
Tem um vídeo muito bonito no blog, com trechos dos poemas do TOP 17. Acessem e assistam: http://autoressa.blogspot.com/2011/07/comentarios-notas-e-anuncio-do-campo.html

domingo, 26 de junho de 2011

I CONCURSO DE POESIA AUTORES S/A - TOP 15

TOP 15  -  ESTILO HAICAI

Começou o TOP 15, estilo haicai. Era isso que temia, sinceramente, não aprecio fazer poesia nese estilo japonês, embora goste das que os outros fazem. Sem preconceito, apenas acho, que a preocupação com a técnica pode empobrecer a criação poética. Contar sílabas aprisiona os versos, eu os prefiro livres, ritmados, cadenciados... A vantagem do haicai: é um exercício de concisão e síntese. É o expressar ideias em poucas palavras. Aceito o desafio, vamos lá, aprender a ser concisos e sintetizar o essencial. Acompanhem http://autoressa.blogspot.com/2011/06/comentarios-notas-e-anuncio-do-campo.html  Meu pseudônimo é SEMPREPOETA.  Não citem o meu nome nos comentários, só o pesudônimo, por favor.

I CONCURSO DE POESIA AUTORES S/A



Fui selecionada para participar do concurso de poesias do blog AUTORES S/A, juntamente com mais 16 poetas. Para a seleção inicial, enviamos um poema de tema livre. O concurso funciona como um BBB cultural e a cada semana serão eliminados dois concorrentes.

TOP 17: Encerrado sábado. O tema proposto para o poema livre foi O VELHO E O TEMPO. Tivemos que entregar os poemas na quinta-feira. Fazer um poema com tempo determinado pode empobrecer a criatividade. E se faltar a inspiração? Mas é um desafio! Gosto de desafios. O meu RESSONÂNCIAS DO TEMPO ficou entre os mais pontuados da peleja. Alguns jurados disseram que usei muitos lugares-comuns e metáforas gastas. Claro, mas o tema, também nos remete a isso. Foram eliminados dois concorrentes pelo voto dos internautas. Os três poemas menos votados pelos jurados, vão para o campo platônico e são avaliados pelo pública, que elimina o pior. Permanecem 15 poetas para o TOP 15.
Acompanhem no blog  http://autoressa.blogspot.com/2011/06/comentarios-notas-e-anuncio-do-campo.html    Meu pseudônimo é SEMPREPOETA.  Não citem o meu nome nos comentários, só o pesudônimo, por favor.
Não sou adepta a concursos que terei que pedir votos e incomodar meus amigos. Além diss, nem sempre vence o melhor texto nesse tipo de competição. O concurso da AUTORES S/A me interessou, pela oportunidade de ter meu trabalho avaliado por profissionais gabaritados. Nunca tive oportunidade de participar de oficinas literárias e similares. Minhas referências literárias são os concursos que participo há tempos e tenho obtido êxito em vários. Entrei nesse, para aprender e adquirir mais experiência como escritora. Se for eliminada muito cedo, vou sentir, não pelos prêmios que deixarei de ganhar, mas pela oportunidade que perderei. Não entro nesse por vaidade e orgulho. Ter o trabalho divulgado e lido é bom, porque estimula a criação e depois, os desafios me atraem. O tempo é curto para a inspiração, mas o velho hábito de escrever é meu aliado.

Se chegar à final, conto com o apoio dos amigos seguidores! Doravante, prossigamos!

sábado, 7 de maio de 2011

IDEAR




O TREM AZUL DESCARRILHOU



Cada jogo é um jogo diferente e tem sua história. Ao longo de várias competições perdidas e ganhas, nós torcedores celestes adquirirmos maturidade para assimilarmos bem isso. A derrota para o Once-Caldas nos deixou incrédulos. O torcedor vê o jogo pela lente da paixão, que muitas vezes é uma lupa a procura de erros e com tendência a generalizações. As justificativas que procuramos são intrínsecas a esse jogo. Parece-me que as apresentações espetaculares, na primeira fase da Taça Libertadores da América, sugaram toda a energia do time. Ao final das vitórias convincentes, com as redes adversárias cheias, eu sempre pensava que deveriam poupar gols para os próximos jogos. Entretanto, nos acostumamos com os júbilos e à contemplação da “maquina azul de fazer gols”. Justamente, no jogo decisivo, faltou gás, deu um apagão geral. Isso acontece, mas o trágico desta feita foi acontecer no momento crucial. Não vamos procurar culpados, nem execrar o Cuca. Futebol é assim e compreender isso, dispensa lamentações inúteis.

O que nos entristece é essa ausência súbita da harmonia do time, das apresentações espetaculares dos jogos anteriores. Fica a mesma sensação do jogo Brasil e Itália, na Copa de 1982, algo abruptamente rompido de forma brusca e inacreditável. Como se todo o trabalho da temporada fosse perdido. Como se a bola chutada pelo adversário, caísse nas redes do nosso goleiro e ficasse entalada na garganta do torcedor, travando o grito de gol. Dói mesmo é a alegria impedida, é a beleza de passes e dribles interceptados. Dói é a beleza interrompida repentinamente, como uma obra de arte, cujo artista morreu e não pode terminar. Como um quadro privado dos retoques finais, uma partitura que ficou pela metade sobre o piano e um poema sem a última estrofe. O belo atrai a alegria e são eternos aliados.

O alento para a torcida é que o Cruzeiro está vivo no campeonato Mineiro. Esqueçamos o passado e o pretérito do futuro, que poderia ter sido. Vivamos o presente. O trem azul está colocando os vagões nos trilhos, reabastecendo-se de energia e vai enfrentar o Atlético, nos próximos domingos. O destino final será a vitória. Pelo menos essa competição será encerrada, com uma bela alegria. “você pega o trem azul, o sol na cabeça”, como na canção do Lô Borges.

domingo, 22 de agosto de 2010

ATUALIDADES


Obtive destaque nos seguintes concursos em 2010:
* 2° lugar, no PRÊMIO VALDECK ALMEIDA DE JESUS - Edição V;
* Antologias 1 e 2 de contos da GRÁFICA BELACOP;
* 3° lugar, no CONCURSO DE CRÔNICAS ZIRALDO, promovido pela Feira do Livro de Ribeirão Preto / SP;
* Menção honrosa, no CONCURSO DE CONTOS PAULO SETÚBAL, de Tatuí / SP;
*Conto selecionado, no CONCURSO NACIONAL DE CONTOS DE HUMOR DO GRUPO FARROUPILHA. Leia o conto em http://www.teatrofarroupilha.blogspot.com/  

LIVRO DE POESIAS LANÇADO NA BIENAL DE SÃO PAULO

O livro PRÊMIO VALDECK ALMEIDA DE JESUS DE POESIAS - V - Edição 2009, foi lançado dia 21 de agosto na 21ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo.   A coletânea é resultado de um concurso organizado em 2009. Foram mais de 600 poemas inscritos e 133 selecionados para a publicação. Com muita satisfação,  meu poema RETRATO DA REPÚBLICA  foi classificado em 2º lugar,  neste maravilhoso livro.              
Título: “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus - 2009” - poesias
Org. Valdeck Almeida de Jesus
Editora: Giz Editorial
Páginas: 215
Onde comprar: Giz Editorial (on-line) ou direto com o organizador no site
http://www.galinhapulando.com/


RETRATO DA REPÚBLICA

Entre a ALCA e a Al Qaeda,
a República tropical caminha atrofiada.
Boca emudecida, olhos fechados
à miséria cultural, social e suas formas várias.
Politicamente conveniente, alienada e conivente.
Ainda somos índios deslumbrados e subornáveis.
Perdura por aqui a tradição colonial.
E dizem que a África é subdesenvolvida!
O buraco da vergonha exala o cheiro
dos dejetos da corrupção, na Praça dos Três Poderes.
Lancemos sementes e esperanças!
Pode acontecer de flores
Desabrocharem na lama e no concreto.
E chamam de imundos os operários suados,
que se acotovelam nos coletivos.
Homens e mulheres dão-se as mãos
e posam nus, no Parque do Ibirapuera.
Ao fundo, os raios luminosos do sol-nascente.
Ô fotografia indecente!

GRUPO FARROUPILHA DIVULGA RESULTADO DE CONCURSO DE CONTOS

O Concurso nacional de contos de humor, realizado pelo Grupo Farroupilha recebeu obras de artistas de várias partes do país. O Objetivo do concurso é selcionar 03 textos inéditos, que se configurem como contos de humor, para subsídiar a criação do novo espetáculo do Grupo, com estreia programada para dezembro de 2010.
O júri, composto pela escritora Nena de Castro, pelo ator, diretor e pioneiro das artes no Vale do Aço, Darci Di Mônaco, pelos atores do Grupo Farroupilha, Sinésio Bina e Claudiane Dias, selecionaram 15 obras, que serão publicadas no site do Farroupilha e dentre estas, as três premidas. 

PREMIADOS:
Conto: Gauche: Do outro lado da vida
Autor: Leonardo Gomes Ferreira  Cidade: Coronel Fabriciano, MG
Conto: O Arquivo vivo da prefeitura
Autor: Humberto Moacir de Oliveira  Cidade: Timoteo, MG
Conto: Uma Impressão bem Diferente
Autor: Marinaldo Alves de Lima Cidade: Olinda, PE

Os 12 Contos que serão publicados:
Conto: Lazo Barbosa
Autor: Delcio Amarante Mendonça  Cidade: BH / MG
Conto: Ciúme
Autor: Maria Luiza Falcão  Cidade: BH / MG
Conto: O Velória da comadre Aparecida
Autor: Adauto Elias Moreira  Cidade: Paraguaçu Paulista / SP
Conto: Loucamente Sã
Autor: Eduardo de Paula Nascimento  Cidade: Franca / SP.
Conto: O encontro de Saddam e Pinochet no inferno
Autor: Dora  Oliveira  Cidade: Ipatinga / MG
Conto: Felicidade Postiça
Autor: Perpétua Conceição da Cunha Amorim  Cidade: Franca / SP
Conto: Desfaz o Jogo
Autor: Tatiana Alves Soreas Caldas  Cidade: Rio de Janeiro / RJ
Conto: O caso do cachorro folgado com a galinha Dadó
Autor: Vasco Luiz Guimarães Lobo  Cidade: Uberlândia / MG.
Conto: A Rebelião das Estátuas
Autor: Carlos Roberto Naves Morais  Cidade: Boa Esperança / MG.
Conto: Masculino e Feminino
Autor: Maria Stela de Oliveira Gomes  Cidade: Governador Valadares / MG
Conto: A Encenação
Autor: Mauro Martiniano de Oliveira  Cidade: São Paulo / SP
Conto: O Fujão de Auréola
Autor: Sérgio Correa Miranda Filho   Cidade: Nova Friburgo / RJ

Leia os contos em  http://www.teatrofarroupilha.blogspot.com/

sexta-feira, 28 de maio de 2010

PALHAÇOS, BEM-VINDOS AO CIRCO!



Vamos pintar o rosto de cores rubras, quanto mais fortes, melhor. Isso, coloquemos o narizinho vermelho de palhaço. Que palhacinhos obedientes somos nós! Nossa sujeição é cômica, só faltam mesmo os acessórios, para irmos às urnas, no próximo domingo.
Cumprimos o dever de cidadãos, comparecemos às urnas, em 2008 e votamos para Prefeito de Ipatinga. Agora, temos que repetir tudo, como se culpados fôssemos dos erros alheios. Então, nossos votos não tiveram valor? E o tempo que perdemos? E os créditos que demos aos programas e promessas dos nossos candidatos eleitos? Certamente, não são merecedores das nossas nobres expectativas. Estão zombando da nossa disponibilidade e da nossa boa fé de cidadãos, nos obrigando a votar novamente. Usam a Constituição para forçar o povo a votar, sendo que esse ato já foi cumprido. A Justiça não poderia ter permitido candidatos com processos em andamento, concorrerem às eleições. Tampouco, ter acatado inúmeros recursos de candidatos impugnados e inelegíveis. Duas eleições em um mesmo ano é muito cansativo e sai muito caro para os cofres públicos.
Como palhaços, assistimos às truculências dos tais candidatos. Ninguém quer renunciar a nada, abdicar-se de nada, em benefício da cidade, que permanece estagnada há quase dois anos. Todos dizem querer bem a Ipatinga, trabalhar pelo seu progresso. Pura falácia! Visam os seus próprios interesses, pelo dinheiro e muito pelo poder de estarem à frente da Prefeitura de uma cidade próspera. É a gama do poder, da vaidade. Se pensassem mesmo na cidade, não teriam recorrido tantas vezes, reivindicando os cargos. Acatariam às decisões da justiça, pela ordem e progresso de nossa terra.
Como palhaços, temos que suportar as campanhas políticas extemporâneas, com difamações e calúnias de ambos. Não apresentam projetos, plataformas de governo, somente coalizões esdrúxulas, que anos atrás, não imaginávamos possíveis. Abrindo a caixa de correio, nos deparamos com os panfletos de conteúdos vazios e caluniosos. Todos têm a cauda presa, parece até que algum se salva, nesse nessa lama de gusa.
O mundo todo assiste ao circo ipatinguense. Via internet, as notícias correm... As intrigas estão na rede. E os palhaços vão, em pleno domingo cumprir o já cumprido, eleger um novo prefeito, cuja posse é duvidosa. E se empossado, governará, até que um novo outro recurso, o impugnará. E vamos nós, para a cirandinha...
Considero a política essencial para a sociedade organizada. O voto é um direito que prezamos e exercemos com dignidade e boa vontade. Só não quero compartilhar com essa muvuca eleitoral e não concordo com a obrigatoriedade e o vexame que impõem aos cidadãos ipatinguenses.
Domingo próximo, narizinhos vermelhos e títulos à mão, bem-vindos ao circo, eleitores palhaços!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

CONCURSO LITERÁRIO DE CRÔNICAS ASTRA

Ficou pronto em janeiro os mil exemplares do livro com os 20 textos vencedores do 1º Concurso Literário de Crônicas Astra. Além das vinte crônicas premiadas, com foto e perfil de cada autor, a publicação traz uma introdução que fala sobre todo o processo do concurso e o prefácio da escritora Sônia Cintra, no total de 92 páginas. Cada um dos vinte primeiros colocados ganhou 10 exemplares do livro. Os membros das academias de letras de Jundiaí que participaram do julgamento e as lideranças da Astra também receberam a obra. Os demais livros serão distribuídos a critério da empresa para os contatos externos, além de sorteios entre os funcionários e colocação de exemplares na Biblioteca Astra.
Site ASTRA-SA

O tema deste concurso de crônicas foi "O MEIO AMBIENTE". Foram 2125 textos participantes e o meu ficou entre os 20 selecionados. Leia a minha crônica que integra a bem organizada e bela antologia Astra.

Leia a minha crônica.

O MEIO AMBIENTE

A idéia de fazer um abaixo-assinado para salvar o planeta, foi do Paranhos. Começariam com a assinatura dos moradores do bairro. Depois, passariam para o resto do município, para todas as cidades do estado, todos os estados do Brasil e todos os países, até atingirem o mundo inteiro. A lista deveria ser uma tira de papel quilométrica, capaz de circundar a terra, como se formasse um laço.
Os diretores da associação do bairro distribuíam panfletos, conclamando os moradores A maioria lia rapidamente e atirava o papel no chão. Marcaram uma reunião na casa da Professora Irani, para implementarem o projeto. Os convocados chegaram pontualmente, cumprimentando-se entusiasmados:
–Saudações ecológicas!
–Saudações ecológicas! -a voz aguda era do papagaio da casa.
Como presidente da associação e progenitor da idéia, Paranhos iniciou a sessão:
–O planeta pede socorro. Vamos fazer um abaixo-assinado, exigindo que os países ricos parem de poluir. Vejam como está quente, não chove, não tem umidade no ar. É o efeito estufa.
–Planeta pede socorro - o louro remedou.
–Oh papagaio! Que papagaio falador, meu Deus! –Paranhos achou interessante a ave no galho da goiabeira.
–Papagaio, papagaio... –era o Confúcio, papagaio de estimação da professora. Foi comprado de um vendedor clandestino, ela confidenciou quase sussurrando. Veio filhotinho, teve que alimentá-lo no bico.
Retomando o assunto em questão, Dona Irani fez uma explanação comovente:
–E o pobre animal em extinção? Pensem na baleia, que agoniza no mar! Pensem nos furacões, nos ciclones, nos tsunamis e nas grandes tragédias, que os governantes desnaturados provocam, com a emissão de gases poluentes!
–Pobre animal em extinção... –Confúcio repetia, provocando risos.
Um rato enorme apareceu no meio da varanda. Passou veloz sobre os pés das pessoas e desapareceu entre as árvores. A anfitriã explicou que veio do lote ao lado, cujo dono não vendia, não construía e nem limpava.
O Dr. Galvão pretendia colocar em prática as suas idéias brilhantes:
–Os hipócritas, esquecem-se dos pequenos, tão imbuídos que estão nas grandes causas! Falo dos Estados unidos e outros, que estão acabando com a camada de ozônio. Quando o abaixo-assinado estiver com a extensão total da terra, vamos levá-lo à reunião da ONU, para conscientizar os países ricos de suas responsabilidades. Será o nosso desagravo, o nosso prote...
Ninguém conseguiu ouvir mais nada. Passou um carro de propaganda na rua, com o volume além do suportável. O louro arrepiou as penas, pôs o pé no ouvido minúsculo e berrou:
–Hipóquitas, esquecem pequenos, buídos grandes causas!
Dona Irani serviu um lanche para os convidados. O Paranhos prosseguiu eloqüente:
–O meio ambiente precisa ser preservado e devemos tomar a atitude. Precisamos salvar a floresta amazônica, o nosso pulmão. Vamos exigir que tenha vigilância constante.
–Meio ambiente precisa ser preservado, devemos tomar atitude... –O danado do bicho repetia.
Perceberam um cheiro fétido no ar. Era do curtume do Dr. Galvão, já conheciam bem. Uma senhora não conseguiu disfarçar o nojo:
–Hum... Que fedor!
–Hum.. Fedor... –Confúcio também percebeu.
–Depende de nós começarmos as mudanças. Colheremos assinaturas de todos os moradores do planeta. Colaremos as tiras de papel umas nas outras, até formar uma big tira, que irá entrelaçar a terra. Daremos um abraço simbólico na mãe terra, com o nosso abaix... –o Paranhos foi tomado pela tosse, não podendo concluir a oratória.
Todos tossiram, até o louro. Uma fumaça pesada invadiu a varanda. Era o Senhor Afonso queimando o lixo e o mato seco, da capina que fizera em seu terreno.
–Queimadas não são corretas. –Dona Irani comentou com a voz embargada pela tosse.
–Queimadas não corretas... –O papagaio repetiu. Papagaios sempre repetem o que os humanos dizem.
Terminada a refeição, os restos de comida, os copos e guardanapos descartáveis foram atirados no lote vizinho. O tempo foi fechando e de repente, desabou uma tempestade. A água inundou a varanda. Os visitantes subiram em cadeiras e mesas. O Dr. Galvão reclamava, sentado em uma mesa, com as pernas dependuradas:
–Os bueiros estão entupidos, precisam desentupir os bueiros para escoar a água!
Escondido entre as folhas da goiabeira, Confúcio emendou:
–Saudações ecológicas! Planeta pede socorro, papagaio, pobre animal extinção, os hipóquitas, esquecem os pequenos, buídos que tão as grandes causas, meio ambiente precisa ser preservado, devemos tomar atitude, hum fedor... Depende de nós começar mudanças, queimadas não corretas, bueiros entupidos, precisa desentupir bueiros.
A chuva passou. Ficou um clima pesado entre os ecologistas, uma mudez. Confúcio não estava apenas repetindo, o que os humanos diziam. Fazia-os calar, confundia e emaranhava as suas mentes. Encerraram a reunião. Prometeram fazer outra, para reverem o tema. Despediram-se com lacônicos “até logo”.
No caminho de volta para casa, Paranhos ia recolhendo os panfletos que divulgavam o “abaixo-assinado ecológico”, jogados nas ruas.
DORA OLIVEIRA

sábado, 27 de dezembro de 2008

2008 - ANO 10

2008 foi um ano muito bom para a minha carreira literária. Obtive destaque nos seguintes concursos:

- Contos da ufsj/MG, classificação para a antologia prevista para lançamento ano que vem;
- Contos de caminhoneiros, antologia;
- Concurso de contos Olhares diversos-Narrativas lésbicas, antologia;
- Contos Prof Horácio Pacheco, ANL/Niterói, antologia;
- 1º lugar no concurso de poesias Prado Veppo - Santa Maria/RS;
- 1º lugar no concurso de contos Luís Jardim - Recife/PE, antologia;
- Concurso de poesias de Ubiratã/PR, classificação para antologia;
- Concurso de crônicas Astra, antologia;
- Concurso de poesias do site Poemateca, Classificação;
- Concurso de contos do Tejuco - Ituiutaba/MG, classificação.
Aliás, um ano 11. Acabo de receber "menção honrosa", no concurso de poesias de Colatina/ES.

domingo, 21 de dezembro de 2008

REFLEXÕES DE FIM E COMEÇO


Refletindo sobre O ano que finda...
Tivemos erros e acertos.
Para isso estamos na vida.

Esquecemos um compromisso.
Não fomos bem naquela entrevista
e arrumamos um emprego melhor.
Esperamos um telefonema,
um encontro que não houve,
um amor que não vicejou.

Sepultamos um ente querido
e um conceito ultrapassado.
Comemoramos o nascimento de uma criança
e de um novo dia.
Adiamos aquela viagem sonhada
e aquela discussão por nada.

No ano que se inicia
Sejamos otimistas sem ilusões.
Para isso estamos na vida.

Talvez, diremos adeus
e encontraremos alguém.
Haverá lágrimas como estrelas caídas
e sorrisos de covinhas.
Novas oportunidades surgirão,
dias de indecisão e superação.

Talvez mudaremos de cidade
e de opinião.
Retomaremos aquele projeto.
Teremos momentos intensos
de prazer e descontração.
Para isso estamos na vida.

Somos humanos, suscetíveis
às fatalidades e circunstâncias.
Não podemos deter o carrossel do mundo.
Resta-nos usar com sabedoria o livre arbítrio
e nos prepararmos para os acontecimentos.
Para isso estamos na vida.

Rogo a Deus
que nos dê a força dos que têm fé,
a serenidade dos justos,
e a coragem dos iluminados.
Para não sucumbirmos às dificuldades
e vivermos plenamente este novo ano!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

182 sonhadores escrevem um livro de poesias e se lançam na vida literária brasileira.




PAI DE FAMÍLIA (?)

Bêbado
de cachaça e raiva,
ele foi até o berço
e tapou a boca do filho,
abafando os ecos da fome
que martelavam
em sua consciência
Dora Oliveira
Poema integrante da 3ª Antologia Poética-2008,
organizada por Valdeck Almeida de Jesus.

O livro "3ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus" é o resultado de um projeto antigo, acalentado pelo escritor que dá nome ao prêmio literário. A terceira edição reúne 182 poetas do Brasil, de Moçambique e Portugal. Para a maioria dos escritores esta é uma estréia em grande estilo, pois seu lançamento, durante a "20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, é uma oportunidade ímpar.
Valdeck Almeida acalentou a idéia do concurso desde seus 12 anos de idade, quando o escritor teve o primeiro contato com a poesia de Drummond, Castro Alves, Augusto dos Anjos e os cordéis escritos por vários gênios da literatura popular nordestina. Há 30 anos o Valdeck compõe poemas e se aventura pelo mundo dos contos e crônicas.
O primeiro livro-filho, “Feitiço Contra o Feiticeiro”, no entanto, só veio à luz após vinte anos de gestação. Foi parido, parto normal, e caminha até hoje por este Brasil a fora. Valdeck Almeida de Jesus sabe o que é correr atrás de editoras e receber não como resposta. Não queria que outros poetas tivessem a mesma sorte. Por isso, criou o “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus”, que dá oportunidade a gente do mundo inteiro.

Sobre o organizador da Antologia
Valdeck Almeida de Jesus é um poeta e sonhador. Lançou os seguintes livros: “Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from the Closet”, iUniverse, New York, USA, 2004; “Feitiço Contra o Feiticeiro”, Scortecci, São Paulo, 2005; 20% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, Scortecci, São Paulo, 2005; 1ª edição – 100% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; “Jamais Esquecerei do Brother Jean Wyllys”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2006; “1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2006; “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, Giz Editorial, São Paulo, 2007 – 2ª edição; 20% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; Participa de mais de vinte antologias de poesias.
Site pessoal: http://www.galinhapulando.com/

domingo, 19 de outubro de 2008

POEMA VIVO


Um poema fica bem
na camiseta,
na ponta da estrela,
sobre a mesa de cabeceira,
no guardanapo de papel,
em qualquer bandeira,
e no balão acima do arranha-céu.
Até mesmo no cordão da feira,
no banco da igreja,
da praça e do Brasil.
Dobrado nas notas de mil
e da canção.

Um poema pode singrar
os mares dentro da garrafa.
Pode estar
no poste, no pranto,
no riso contente
e no sol-nascente.
Levado pelos ventos
pode ficar amassado na calçada,
na calcinha pertinho do prazer,
no pára-choque do caminhão,
no muro da escola, nos jornais
e impresso na sacola de pão,
já que poesia e pão
são alimentos vitais.

Um poema
so não pode ficar
dentro do livro fechado,
na estante
esquecido, esquecido...

Poema classificado em 1º lugar, no concurso Prado Veppo-2008, Santa Maria/RS.

sábado, 27 de setembro de 2008

6º CONCURSO LUÍS JARDIM CONTEMPLA VENCEDORES

Antônio Tenório
A 6ª edição do Concurso Luís Jardim premiou três contistas de fora do estado. Os vencedores foram a mineira Dora Oliveira, com “Versos Perdidos e Achados”; o gaúcho Athos Ronaldo Miralha da Cunha, com “Sessão de Autógrafos”; e a paulista Maria Apparecida S. Coquemala, com “Celebridades”. Cada contemplado recebeu uma premiação no valor de R$ 600,00. Além destes, outros três contos tiveram menção honrosa: a paulista Júlia Helena Souto Britto, com “Destino”, e Arnaldo Pereira da Silva Júnior, com “Cemitério de Sinos”. A cerimônia reuniu dezenas de pessoas no auditório da Biblioteca Popular de Casa Amarela, naquele bairro, na tarde desta sexta-feira (26), e a apresentação foi precedida de um recital de poesias. “Este Concurso já tem o mesmo tempo de realização do Festival Recifense de Literatura e resgata a memória de um grande contista pernambucano que é Luís Jardim”, elogiou a gerente de Editoração da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), Heloísa Arcoverde. Em relação às menções honrosas, o terceiro contemplado foi o pernambucano José Roberto de Medeiros Lima, 42 anos. Único a comparecer à cerimônia, o estreante no Concurso Luís Jardim falou sobre o seu citado “Estão todos aqui?”. “Comecei a escrever há quase um ano, mas o que me incentivou a participar do concurso foi a premiação e também uma história que aconteceu comigo na minha infância”, confessou o analista de sistemas. A respeito da sua obra, José Roberto contou que uma reunião familiar convocada pela matriarca juntou todos os parentes. Com isso, um clima de mistério prevalece entre todos. “Eu tento manter o leitor numa expectativa para o desfecho, que é o de tirar uma foto para a posteridade”, completou. Natural de Carnaíba, José está radicado no Recife há 26 anos.Com uma dimensão nacional, o Concurso Luís Jardim faz parte do calendário cultural da Biblioteca Popular de Casa Amarela. “Diga-se de passagem, o nível de qualidade dos contos inscritos é dos melhores”, argumentou Heloísa Arcoverde. Desde a 1ª edição do Luís Jardim, que teve apenas 34 trabalhos inscritos, sempre houve a participação de contistas de todo o Brasil. Nesta última foram inscritos cerca de 175 contos.

domingo, 21 de setembro de 2008

EDITAL DE AMOR

Favor comparecer
ao meu coração,
às encantadas horas,
dos dias infindos,
na eternidade dos anos,
munido
de sensatez, ternura,
carícias e libido,
para tratarmos de assunto
do nosso interesse.
Será homologado
o nosso pacto
de prazer, paixão
e cumplicidade,
sem arquivar
nossa liberdade,
nossos ideais
e emoções.
Revogadas
as opiniões contrárias,
nossa solidão será exonerada
para sempre.
Sua presença é indispensável,
sob pena de perder um grande amor.
Assinado:
A namorada dos seus sonhos.

Dora Oliveira

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

NESTES DIAS

Ando entre os extremos
de uma mesma estrada.
Oscilo entre o pranto e a alegria.
Vacilo entre a demência e a harmonia.

Ando aconchegando a solidão
em minha alma entristecida,
consciente do meu pecado
cujo único propósito, era ser feliz.
Convalescente deste mundo doente.

Ando apressada como os destemidos,
sem pressa como desanimada.
Recito Clarice Lispector
suplicando coragem num poema.

Ando amando
sem poder ser amada
plenamente, sem conflitos,
culpas e tormentos.
Aprendendo na dura jornada.

Ando cortando atalhos
nos labirintos da vida.
Temente ao romper da aurora,
descrente nos gestos humanos.

Ando calada, como quem ora.
Oh meu Senhor!
Carente dos teus afagos,
sedenta de tua comiseração,
ansiosa por teu sopro inspirador.


DORA OLIVEIRA

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA - 4

Dora Oliveira, escritora e amiga, chegou em minha casa quando, por uma agradável surpresa, tive o prazer de conhecê-la lendo o seu livro NO CANTO ESCURO DO CORAÇÃO, páginas líricas recheadas de uma triste verdade, fatos que nos rodeiam passando despercebidos, os quais a escritora soube brilhantemente enxergar e mostrar com segurança, equilíbrio e beleza:
“Pessoas que vêm buscando um ponto onde instalar suas misérias (p.20)
Tomaram tudo, levaram seu filho.......viveu por ali e partiu feito os outros,
sem esperanças.......( p.25) A vida o recebeu com pedras, negando-lhe seus
direitos. Repetiu a fórmula.....(p.102) Adere ou é pisoteado....(p.41).”

Dora Oliveira criou ternuras e lágrimas no meu dia, fincou raízes, mostrou verdades, acordou-me lembranças do tempo em que eu também residia em Ipatinga. Deixaram marcas os seus contos, de uma temática do drama pessoal, social e histórico. E eu lhe disse: continue escrevendo para acordar corações.

CÉLIA LAMOUNIER
Escritora - Fundadora da Academia de Letras de Ipatinga.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA - 3

Oi, Dora

Tudo bem?
Finalmente consegui ter o prazer de ler seu livro nessas férias. Maravilhoso!
Dos livros que costumo trocar com outros autores, achei o romance mais bem elaborado e crítico... Parabéns!
Pude ver as tantas semelhanças de minha cidade com Ipatinga...
E também, uma frase sua me marcou, pois estou numa fase confusa. Acabei a faculdade em dezembro e arrumei meu 1o emprego na Coca-Cola. Eu sempre tive 2 pés atrás com as multinacionais, mais ainda com as que vendem cerveja ou cigarro... Acho que foi por isso que saiu esse poema:

KAISER SOSE

“Aquele rapaz desistiu e falhou, escreveu e não agiu.”
Dora Oliveira

E agora
o abismo se abre
entre o ser e o escrever:
tudo o que eu temia.

E para sobreviver
e para crescer
devo entrar no maldito
intransponível, gigante
sistema
(ciente dos males do mesmo).

Resta-me a esperança difusa
de tentar mudá-lo de dentro
e escrever para compensar.


Beijos,
Fabio Rocha.
Poeta e escritor - Rio de Janeiro - RJ
http://www.amagiadapoesia.hpg.com.br/

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA - 2

Saudações Dora,
Gostei muito do seu livro... Vou divulgar!!!!
Me identifiquei com seu trabalho em vários aspectos... Como professora que fui há uns 14 anos atrás....... e como psicologa judiciária...há mais de 10 anos no Tribunal... atuando na Vara da Infância....
Uma obra sensível que retrata a dura realidade... O outro lado da vida....que muitos desconhecem... cuja responsabilidade é o descaso do governo e da sociedade durante anos sem fim...para com o social.. É esse descaso é que gera a pobreza...a miséria..e a violência de todas as formas... É uma roda viva..um círculo vicioso...
Essa realidade não é só de Ipatinga, ela está presente em todo o país...
Trabalho no meu dia-a-dia com Cotinhas e Claudios... Em meu trabalho...busco novas famílias para Nandinhos e Nandinhas... Bem conheço a realidade dos maus tratos....e do abandono... Para além da miséria...trabalho com a desgraça humana.... Conheço as lutas e perdas dessas pessoas... Essas pessoas são tão reais para mim....
Parabéns...pelo teor e pela sensibilidade do seu trabalho!!!
Abraços e paz!
Ana Cruz
www.ligazine.com.br - O site definitivo do Universo Independente

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Resenha de apresentação do Livro “No Canto Escuro do Coração”



Desde quando li pela primeira vez as poesias de Dora Oliveira, me lembrei da grande Cora Coralina. Tal qual, Dora procura resgatar em sua obra a memória de sua cidade natal, Ipatina/MG.
Em seu livro “No Canto Escuro do Coração”, Dora pontua aspectos da trajetória histórica de sua cidade, a vinda do desenvolvimento e sua repercussão na vida das pessoas.
O enredo, que se passa nos anos 70/80, aborda questões sociais tão vivas e tão presentes na conjuntura atual de nosso país.
Na trama das relações, a autora apresenta-nos o preconceito e o modo como este funciona como uma eficaz alavanca para facilmente acabar de enterrar aqueles que já se encontram no lodo das dores humanas.
Dora vai mais fundo ainda, com sensibilidade de poeta, apresenta-nos a grandeza do ser humano por trás da miséria e da exclusão social.
Ao avançar a leitura, os personagens vão se tornando tão íntimos, tão próximos de nós. A busca por um referencial na realidade é inevitável. Não há como fugir do processo de identificação.
A conscientização, o repensar dos valores, se faz urgente num país cuja necessidade de mudança é substancial.
Se a educação é um dos caminhos pelos quais poderemos nos tornar agentes modificadores de um contexto social tão injusto, então sugiro aos professores de literatura do ensino médio a indicação deste livro aos seus alunos para uma reflexão dirigida.
Quanto os demais leitores, podem olhar através do olhar da autora e buscar encontrar o que há de mais digno “No Canto Escuro do Coração”.
Certamente um livro envolvente, daqueles que se lamenta pelo término da leitura.

Ana Cruz – Editora da Liga Fanzine – www.ligazine.com.br

APRESENTAÇÃO DA OBRA

NO CANTO ESCURO DO CORAÇÃO

POR QUE NO CANTO ESCURO DO CORAÇÃO


Mário de Andrade, que foi um dos nomes mais importantes do movimento modernista e que ao meu ver, foi o Caetano Veloso dos anos 20 no sentido de criar polêmica, dizia que a obra em si, não importa, o que importa, é a função social da obra. Desde os meus primeiros escritos tenho consciência disto. Seja qual for o gênero, poesia, ou prosa, a obra literária não deve apenas emocionar e encantar deve fazer o leitor pensar, refletir. Mesmo um conto ou crônica engraçados, não podem apenas nos divertir, devem conter uma crítica da realidade.
O senso crítico, a observação do meio sócio-econômico-político em que eu vivia, me inspirou a escrever este romance. Eu tinha 18 anos (que os críticos levem em consideração a inexperiência e o entusiasmo da idade, ao analisarem a obra). Nele, não retrato aqueles que aqui chegaram e fizeram fortuna, tampouco, aqueles que tiveram participação ativa na história do município e têm o devido reconhecimento da cidade. Retrato as personagens anônimas, que aqui chegaram, trazendo seus sonhos, suas perspectivas de trabalho e de melhoria de vida. A maioria vinda do meio rural e creio que muitos de vocês identificar-se-ão com eles. A cidade convidava, seduzia, mas não oferecia oportunidades iguais a todos. Sempre observei, que tinha o outro lado de Ipatinga, que a industrialização ignorava e isto, acarretava sérias conseqüências à própria cidade. Ao mesmo tempo em que propicia uma boa qualidade de vida a seus habitantes, Ipatinga vai adquirindo os mesmo problemas sociais da Capital, a nível proporcional.
O título “No canto escuro do coração” é o ponto em comum dos três protagonistas da história.
1a personagem, Cotinha: Não conto sua história passada, não importa de onde veio. Ela já chegou aqui sem sonhos, seus projetos já haviam sido guardados no canto escuro do coração. Veio mendigar e sobreviver.
2a personagem, Cláudio: Chegou à cidade ainda menino, um escritor em potencial. Idealista, vê seus sonhos esmagados por uma sociedade, que visa o lucro imediato e não tem lugar para a arte. Um certo dia, ele desiste de tudo, mas não tem coragem de jogar os seus escritos fora,, arruma tudo dentro de um guarda-roupa. Isto simboliza, que guardou os sonhos no canto escuro do coração, renunciando a tudo.
3a personagem, Fernandinho: Nascido na cidade, cresceu junto com ela. É conseqüência de suas mazelas e demências. Procura uma oportunidade e quando aprende a sonhar e começa a fazer planos, esbarra em um sistema social, que exclui aqueles que não preenchem os seus padrões pré-estabelecidos. Ele, também desiste e deposita os sonhos no canto escuro do coração.
Nós, de algum modo, também temos sonhos guardados no canto escuro do coração, que a velocidade do tempo e as urgências do momento fazem com que, nos esqueçamos deles.
Espero que gostem do livro, embarquem nesta estação memória e que façam uma boa viagem através do tempo, para a nossa querida Ipatinga do passado. Desejo um passeio emocionante a todos!

DORA OLIVEIRA

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

NO CANTO ESCURO DO CORAÇÃO

"Fabricaram prédios em séries,
puseram um longo vestido no chão,
estrelas de mercúrio iluminam a noite.
Esqueceram-se daqueles, que nas ruas
andam despidos de razão."



AUTORA: DORA OLIVEIRA
Gênero: Ficção/romance
102 páginas
Prefácio: Prof Jarbas Rocha
Capa: Rogério Terra
Descrição: O enredo se passa em Ipatinga, nas décadas de 60 a 80. Os problemas sociais causados pela industrialização de uma cidade mineira, que se desenvolveu de maneira improvisada e acelerada. O outro lado de Ipatinga, que a industrialização ignora.


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