quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

IDEAR

CONSTATAÇÃO ANACRÔNICA





     Vinte minutos são suficientes para percorrer o centro de Ipatinga, em rotineira ebulição. Observo que há apenas um supermercado e muitas, muitas farmácias e drogarias. Acontece o mesmo em meu bairro e em outros bairros da cidade. Constatação anacrônica: O povo está tomando mais remédio, do que comendo. Dirão que as farmácias vendem cosméticos, produtos de higiene pessoal e não apenas remédios. Os supermercados também, além de venderem vestuários e roupas de cama. Se houvesse nas cidades mais cinemas, teatros, parques, sorveterias, clubes esportivos, bibliotecas e espaços de lazer, o número de farmácias diminuiria significativamente. É salutar trabalhar para viver e não viver para trabalhar. O povo quase não se diverte, come razoavelmente e toma muito remédio: eis o círculo vicioso contemporâneo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

POEMINHA


ALÍCIA



Alícia nasce...!

Enquanto o mundo
berra e golfa
as suas malícias.
Engatinha e faz birra
pelas grandes conquistas.

Alícia nasce...!
Vem fazer cócegas
nos sisudos dias.
Tirar-nos o medo
do futuro escuro.

Alícia chega...
Abraça a vida.
As mãozinhas frágeis
acariciam a alegria.
O balbuciar inocente
acalenta o mundo
e ensina as delícias
das coisas pequenas.

  Dora Oliveira - 05/02/2013.