segunda-feira, 27 de outubro de 2008

182 sonhadores escrevem um livro de poesias e se lançam na vida literária brasileira.




PAI DE FAMÍLIA (?)

Bêbado
de cachaça e raiva,
ele foi até o berço
e tapou a boca do filho,
abafando os ecos da fome
que martelavam
em sua consciência
Dora Oliveira
Poema integrante da 3ª Antologia Poética-2008,
organizada por Valdeck Almeida de Jesus.

O livro "3ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus" é o resultado de um projeto antigo, acalentado pelo escritor que dá nome ao prêmio literário. A terceira edição reúne 182 poetas do Brasil, de Moçambique e Portugal. Para a maioria dos escritores esta é uma estréia em grande estilo, pois seu lançamento, durante a "20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, é uma oportunidade ímpar.
Valdeck Almeida acalentou a idéia do concurso desde seus 12 anos de idade, quando o escritor teve o primeiro contato com a poesia de Drummond, Castro Alves, Augusto dos Anjos e os cordéis escritos por vários gênios da literatura popular nordestina. Há 30 anos o Valdeck compõe poemas e se aventura pelo mundo dos contos e crônicas.
O primeiro livro-filho, “Feitiço Contra o Feiticeiro”, no entanto, só veio à luz após vinte anos de gestação. Foi parido, parto normal, e caminha até hoje por este Brasil a fora. Valdeck Almeida de Jesus sabe o que é correr atrás de editoras e receber não como resposta. Não queria que outros poetas tivessem a mesma sorte. Por isso, criou o “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus”, que dá oportunidade a gente do mundo inteiro.

Sobre o organizador da Antologia
Valdeck Almeida de Jesus é um poeta e sonhador. Lançou os seguintes livros: “Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from the Closet”, iUniverse, New York, USA, 2004; “Feitiço Contra o Feiticeiro”, Scortecci, São Paulo, 2005; 20% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, Scortecci, São Paulo, 2005; 1ª edição – 100% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; “Jamais Esquecerei do Brother Jean Wyllys”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2006; “1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2006; “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, Giz Editorial, São Paulo, 2007 – 2ª edição; 20% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; Participa de mais de vinte antologias de poesias.
Site pessoal: http://www.galinhapulando.com/

domingo, 19 de outubro de 2008

POEMA VIVO


Um poema fica bem
na camiseta,
na ponta da estrela,
sobre a mesa de cabeceira,
no guardanapo de papel,
em qualquer bandeira,
e no balão acima do arranha-céu.
Até mesmo no cordão da feira,
no banco da igreja,
da praça e do Brasil.
Dobrado nas notas de mil
e da canção.

Um poema pode singrar
os mares dentro da garrafa.
Pode estar
no poste, no pranto,
no riso contente
e no sol-nascente.
Levado pelos ventos
pode ficar amassado na calçada,
na calcinha pertinho do prazer,
no pára-choque do caminhão,
no muro da escola, nos jornais
e impresso na sacola de pão,
já que poesia e pão
são alimentos vitais.

Um poema
so não pode ficar
dentro do livro fechado,
na estante
esquecido, esquecido...

Poema classificado em 1º lugar, no concurso Prado Veppo-2008, Santa Maria/RS.